quinta-feira, 17 de novembro de 2011

dos amanhãs que desconheço

abri os planos dobrados em folhas velhas no fundo da gaveta, os cantos do futuro estavam encardidos, já amarelados pelo tempo ultrapassado, as projeções quase sempre se perdiam ali, num pedaço de papel, difícil era programar o dia de amanhã, tal qual máquina que pressupõe desenvolvimento tecnológico, não eram bem esses os meus desejos, não buscava nada que eu pudesse traçar em datas do calendário seguinte, até tentava, até parecia verdade a minha tentativa, mas bastavam brisas de realidade pra desmanchar toda a suposta tentativa, a minha estrada não constava nos mapas, não existiam os caminhos, e eu costumo ter pavor dos limites impostos por endereços delimitados, o pior é que eu chego a morrer toda vez que me obrigam a criar setas e construir ninhos verticais, tenho medo da sobrevivência quitada nos contra-cheques, receio diriamente a minha sujeicão ao capital, tenho tanto medo do amanhã que talvez por isso evite exageradamente a sua projeção.

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