terça-feira, 2 de abril de 2019
uma estrada não tem ponto final. aliás, quando mesmo que as histórias acabam? as ruas não são sem saídas: há sempre um muro cheio de céu. o mar começa ou termina no rio? {desagua, continua} as verdades são feitas de mentiras. ou melhor, a verdade não existe, miragens sim. o silêncio traduz livros inteiros, os olhos também. as molduras guardam saudades, os domingos, cobertor.
eu, amante de corrida
se corres, é pra onde? pois que imediatamente respondo: é pro mundo. correr produz batidas do coração, desafia nosso oceano interior, e põe o corpo inteiro em movimento. correr em grupo então, eleva ao infinito as fronteiras mentais, soma energias que conduzem ao pico da montanha, pra que de lá tudo fique do tamanho que é: pequeno e simples. correr limpa a alma, estica os sonhos, balança as ondas do mar. correr tira o ar e devolve o fôlego. mas pra correr tem que ter céu, tem que ter o vento navegando a pele, tem que ter a planta contornando as margens, tem que ter os pés no chão e o coração na boca. pra correr basta ter esse desejo insaciável de sair do lugar, de pisar cada canto desse universo e descobrir esquinas inabitadas. e no caso meu, eu corro, logo existo!
{eis minha homenagem ao grupo de corrida “Calma Clima”, que fez da corrida um verdadeiro ato poético}
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