quarta-feira, 1 de agosto de 2018

eu te peço: fica um pouco mais.

ontem eu esqueci que sempre sinto medo nas ruas enluaradas e desertas de movimentos. fechei os olhos e me encolhi entre seus braços e abraços. desviei qualquer sinal de ponteiros. me desprotegi do mundo e me apoiei em teu querer. respirei seu cheiro espalhado pela pele e misturado nas margens de sua roupa. enchi e esvaziei o peito algumas vezes, eu sabia exatamente o que se passava. pela segunda vez, desde então. não encontrei as palavras certas pra traduzir meu corpo trêmulo. eu também quis evitar declarar meu universo pra você assim tão de repente. achei que você poderia desaparecer logo no próximo amanhecer. guardei as palavras, mas bem sei que meus olhos exalavam letras garrafais. eu me fiz prova de mim mesma. me denunciei. me condenei a quem sabe aos amanhãs dos passos seus. quem sabe... eu não sei. seus lábios tocaram os meus por questão de segundos que se esticaram em horas, em tantas horas, que ainda não me desfiz de você. eu disse que não tinha segredos, mas me despedi de você com um deles, a beira de suas conchas. se há pra nós um filme de nome medianeiras, se há tempos que não acho outro alguém, você há de ser meu "wally" do mundo real. me queira também, e bem.

70 anos e sonhando...

 sonhos, os seus, não envelhecem. não porque sejam eternos - mas porque são renováveis, e mudam de cor.  sonhando desde sempre, você não foi...