quarta-feira, 3 de outubro de 2007

encontro com as estrelas




Sexta-feira, dia 28 de setembro. Data que marcou o início da minha liberdade, de certa forma aprisionada. Em meio a uma beleza natural eu selava o começo de uma história lúdica. O encontro dos corpos travava meus planos... e tudo passava passava a ser espontâneo. Foi na Praça do Papa onde tudo aconteceu. Na mochila eu carregava toda a minha imaginação e assim fiz de um lugar público um pouquinho privado. Sentados na grama o tempo parecia ser eterno... os olhos perdidos entre tantos encantos naturais, raros numa cidade quase completamente modificada pelas mãos humanas. Deitado no meu colo eu pude cuidar daquele homem que não era de ninguém, mas era meu naquela noite. Meu olhar fitava-o sem perder o ritmo sereno de sua respiração e sem deixar fugir nenhum movimento da pele... os cabelos enrolados eram mesmo de anjo, porque não podia ser homem aquele que falava do vento como quem fala da água. E isso é certo: era de porcelana o seu corpo... o sopro frio causava efeitos na camada fina que envolvia o seu corpo, camada fina que tornava simples a chegada à alma...

E feito passarinho dormiu nos meus braços... eu nunca saberei explicar a sensação de vê-lo vagar com os olhos fechados e a respiração ofegante... como se o sono o levasse pra algum lugar distante do chão... Quis ser a cama mais macia, de forro leve e acolhedor. Um veludo azul... Prendia o meu fôlego para sentir o seu. Enquanto dormia a água desceu dos céus e molhou a cidade ávida por umidez. Quando acordou me fez estátua encostando os seus lábios no meus. Foi assim, de repente, transparante... ele me beijou me levando ao meu maior vôo. Em questão de segundos estava nas estrelas... estava nas nuvens, naquelas mais altas do céu.

Desejava que este momento durasse para sempre, assim como eu acreditava ser na minha infância. Na sua casa fiz você dormir, mas meus olhos cotinuavam fixados em você... Não adormeci... Foram mais de 24h acesa, pena que era vela e eu sabia que uma hora se apagaria... Despedir de você foi complicado... é como um rio que se despede do mar... e com um até logo você se foi... porque "nenhum aquário é maior do o mar".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

70 anos e sonhando...

 sonhos, os seus, não envelhecem. não porque sejam eternos - mas porque são renováveis, e mudam de cor.  sonhando desde sempre, você não foi...