domingo, 1 de outubro de 2017

o trecho mais longo de mim mesma

há tempos desliguei a televisão, e guardei na gaveta as notícias do mundo. fiz-me pequena e reduzi as fronteiras aos muros do meu lar. iluminei apenas os instantes de amor, e passei a morar onde quer que meu coração estivesse. encontrei um porto, mas todo pedaço de chão com estampa de abrigo é também passageiro. refiz meu ninho, despedi da história prometida, e comecei outra vez (pela milésima vez). parece que vivo então o que virá a ser o prelúdio do trecho mais longo de mim mesma. há muitos fragmentos que sobreviveram à peneira dos dias, e seguiram comigo apenas as partes que não se deixaram morrer com a falta de ar. restaram os pontos de maior fôlego, apenas os detalhes que me dão impulso, e por isso, não tão de repente assim, há todo um ímpeto para preservar esse teto contornado da minha mais pura essência.

70 anos e sonhando...

 sonhos, os seus, não envelhecem. não porque sejam eternos - mas porque são renováveis, e mudam de cor.  sonhando desde sempre, você não foi...