sábado, 30 de agosto de 2008

a corda se mantêm esticada

Há tantas batidas nessa tela. Tantas que eu nem podia imaginar. Lembranças da nossa primeira conversa enquanto o ônibus seguia o caminho. A primeira carta que escrevi pra ela... há mais de seis anos... percebo que muitas coisas se mantêm ao longo dos anos. O beijo nas letras pela primeira vez assinado por um eu te amo. Assim... sem esperar o tempo nem a forma. Aconteceu ali... na poesia. 11 de setembro. Que data! Faz quase um ano o nosso reencontro. Depois disso foram tantas as noites debaixo da Lua. E mesmo com toda essa terra entre a gente ela continua a me convidar para as ruas de lá. Aquela menina que pude carregar nos braços ainda me pede conselhos. Espera as minhas palavras pra descomplicar as portas tão abertas. Essa é inesquecível: faz compromissos virtuais comigo. Quer saber de mim, fica me lendo como se eu fosse um livro de páginas infinitas. Com ela vivo a pisar em almofadas. Ah... e as três raízes. Não me deixam esquecer quanto são dois mais dois. Sempre com os pincéis nas mãos colorindo os espaços brancos do arco-íris. Meus dois pilares. Perguntam de mim como se deles eu nem quisesse saber mais. Incrível! Ficam fazendo carícias pela Internet. É... não é como um menino havia dito. As pessoas não se afastam. A corda permanece esticada. Chega quase a arrebentar de tanto que a gente puxa. Teve gente que até renasceu. Conseguiu me amar só agora. Sei que há muito de mim nesses fios cheios de texto...
Entre eu e esse mundo há muita alma.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

realidade minha

Eu vim correndo pra ver se encontrava vivas as suas palavras. Mas assim como outras tantas vezes li minha memória de páginas amarelas por tantas releituras. Entre as lembranças fui abrir a cortina. Meus olhos arderam um pouco com a claridade. Era um dia laranja. Nem pude esperar pra trocar o pijama... a grama também é minha cama. Foi nessa hora que olhei pra trás e vi você passando. Andava devagar e trazia nos lábios letras. Cantava baixinho, pro coração sentir que era em sua homenagem. Na mão esquerda trazia uma flor. Aquela que você achou no caminho e fez lembrar-se de mim. Exagero seu me enxergar naquelas pétalas vermelhas.

Arrepiei por ver você se aproximando. Quanto mais a distância se desfazia mais tempo parecia demorar a sua chegada. Eu fui perdendo as reações. Apertei as mãos e minhas unhas marcaram a pele. E você chegou! Me tirou do chão... feito susto. Vi todos os ângulos nos braços seus. Você me rodando e eu tentando acreditar. Combinou com meu vestido rosa de bolinhas brancas, próprio pra suportar muito vento. Quis descer um degrau pra recuperar o fôlego, mas a altura já era grande demais. Você não parava...

Me colocou no chão como se eu fosse algodão e me tirou o ar que restava com a sua janela da alma. Roubei seu ar num beijo. Nosso primeiro beijo. Só então pude perceber de quanta realidade você é feito.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

menos um

Não adianta. Uma hora a cabeça da gente não suporta e corre atrás da primeira porta. Foi assim com ele e agora somos nove. Passos largos como esses nossos precisam de base. E se não for de pedra arrebenta na primeira onda forte. Feito ele... é assim mesmo. A gente tem que se encher com nossas convicções pra poder suar deitado na neve. Pra seguir tem que escancarar o coração, segurá-lo firme nos olhos até fazer lacrimejar. Se não for assim não há pés que agüentem...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

chegou a minha vez


Para que cada time possa ir para a África é necessário arrecadar fundos, o equivalente a seis mil dólares por pessoa. Este dinheiro será usado para pagar a passagem, o seguro de saúde, o nosso salário, etc. Este trabalho é feito em quatro semanas alternadas em cidades diferentes. É o famoso fundraising.

Meu time começa a colocar os pés na rua neste domingo, dia 31 de agosto, em Nova York. Vamos para o Brazilian Day. Em seguida, cinco pessoas irão para Boston e a outra metade para Washington DC. Eu fiquei responsável por encontrar lojas brasileiras em Boston, lugar que eu vou. Já pude sentir a oscilação dos meus sentimentos, tocando o chão quando alguém nega ajuda e ganhando energia pra mais tantos nãos com um único sim. É gostosa essa sensação de desafio, de ver crescer a partir da gente um sonho maior que nossos olhos. Pisar em situações desconhecidas com a mesma pureza de ontem. Pra esses tantos lugares que vou quero levar brilho... pra falar dessa minha vontade de chegar lá e trocar máquinas por barquinhos de papel.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

protesto

Eu entraria sem pensar naquele avião em direção às Torres Gêmeas. Faz tempo que me tranquei em minha ideologia. Sem controle remoto. Joguei meu corpo nessa correnteza pra levar meus pensamentos. Pra elevar. Eu já deixei há muito tempo de encontrar os culpados. Abandonei a comida quente na mesa, a conta com cifrões no final do mês, as almofadas entre aquelas tantas paredes. Seguir o curso sem escolher as setas. Fantástico! Protesto às linhas sem forma! Eu vou gritar... ainda que apenas você me ouça. Porque por um sorriso eu viveria todos os meus dias.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

menino dos abraços

Ele é cheio dele. Não apenas às vezes, mas sempre, exageradamente em todos os momentos. Eu nem acreditava que ainda existisse alguém com tanta firmeza, pisando fundo em cimento. Vertical. Imagina! Mudar de humor porque brincaram com seus valores. Minha gente, isto é assunto sério! Será que a gente se esqueceu disso? Acho que sofremos de esquecimento voluntário. Mas ele não. Com ele nem há motivos pra relativizar, posso encher até as bordas pra dizer palavras como sempre, nunca, jamais... Não fica nada entre os abraços, entre um dia e outro. Tudo se faz ali, quando acabamos de respirar. Sem nada além daquilo que ele é, sem ele nem saber que é tanto assim. Ah! Que bom encontrar você... pra desenterrar pedaços de mim mesma.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

é hoje...


É muito importante que ele saiba da falta. Mas antes disso deve entender um detalhe. Houve felicidade também na ausência. Tantas despedidas me levaram ao telhado de mim mesma. Pra deixar ir hoje eu sei que é preciso antes me entregar com palavras, noites, flores e tempestades. Alivia a sensação de palavras ditas, sentimento explícito. Assim a morte se faz sem dor, porque a vida de fato aconteceu.

Hoje ele volta. Eu sei que quando ele foi eu nem precisei chorar. Ele alcançou as minhas conchas... onde já nem havia ondas. A gente se lia mesmo sem olhos. As costas começaram a falar tanto. As mãos... o tom da voz. Os horários. O sono. Até mesmo a cor do sorriso.

Desde o dia que ele se foi eu comecei a contar os dias até a volta. E agora... com poucas horas entre eu e ele eu me perco na tentativa de começar. Não sei exatamente onde eu parei. É que eu nem pude parar. Era muita presença dele em toda essa ausência...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

sessenta vezes

que ninguém aponte como erro se eu me apaixonar várias vezes num segundo. sessenta vezes. sessenta formas. simplesmente pra recriar sessenta vezes o mesmo sentimento...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

que seja eterno esse nosso lirismo

Esse lirismo dá mesmo medo. Já diria Gahyva. Dá medo de perdê-lo na próxima onda com sol forte. De sentir sede e faltar água. Pânico imaginar os dias sem os contos. Sem a madrugada e a roda gigante. Gente como eu precisa de letras arrepiantes. Sem glamour, mas bem sublinhadas. Negrito. As relações poéticas não sobreviveriam à realidade. Posso enxergar os buracos tão vazios por natureza. As ausências das presenças. É que a gente se faz ali... no meio das palavras. Fora de dicionários. Abstrato. Recriando nosso próprio vocabulário.

deixe passar

Esta mulher ainda irá sofrer demais. Ela dá abraços esperando beijos. Fica horas na varanda esperando ele passar. E se ele não vem o dia seguinte nem existe. Assim ela só faz enxergar a luz apagada de memórias acesas. Ah... se ela soubesse. Que o segredo está em abrir a porta e deixar passar. Pouco importa a eternidade. Profundidade é sentimento sem tempo. O problema é que tem gente que aprende a contar minutos e confunde intensidade com horas. Ah... se ela soubesse desse segredo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

outras cores

O problema não foi terminar. O pior foi ver você sem as batidas. Passos calmos, cheios de razão. Deixar as mãos abertas e ver você escorrer, completamente. Perceber que não é mais único. Que sem você a vida também é colorida. Há tantas cores além daquele arco-íris. Eu me abri até me secar de você. Cheguei a trincar tal era o nível do sertão. Não sei de onde nasceram aquelas gotas quando confirmei a sua ausência. Talvez fossem miragem. Ficaram no passado as alianças. Resta agora a eternidade das lembranças. A certeza do amor. Pra que quando eu vá contar a nossa estória eu possa começar assim: era uma vez... feito conto de fadas.
todos os dias eu ouço você nessa letra com som.

estava escrito

Você é o homem que me disseram estar traçado. Eu bem já estava a sua espera. Na carruagem. Estava escrito ali naquelas linhas tortas das minhas mãos que a gente escreveria junto os nossos versos. Hoje quando acordei eu fiquei horas respirando nossos suspiros. Senti seu cheiro no meio das amoras. Roxas. Logo me juntei a elas pra exalar você. Fui cantando a nossa música. Tão minha e sua. Quero decorar você em cada rima. Dos detalhes eu quero letra por letra. Pra não faltar nem sobrar. Apenas encher. Transbordar essas águas tão claras que a gente constrói dia-a-dia.

E quando a gente puder acabar com a saudade... ah... nesta noite haverá saltos. Altos e finos. Sapatos pretos. Vestido rodado pra não perder o movimento. Lábios vermelhos. Pupilas dilatadas. A explosão será tão grande que não sei se conseguirei ir até você. Caso isto de fato aconteça, peço com antecedência que me busque. Pegue as minhas mãos e dance comigo na praia. Eu estarei esperando por isso. Se encaixe nas minhas curvas. E não se esqueça de que é sempre você quem me acorda no dia seguinte.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

olhos oceano

Na semana passada a diretora da IICD, a Jytte, contou a história da Humana People to People, organização que a ONG faz parte. Quantas pegadas... Jytte tem passos certos, definidos. Não faz barulho. É contida. Interna. É alma. Hoje ela vive as conseqüências de tantos caminhos: já não se pode enxergá-la, misturada entre tantas versões. Penso que ela se fragmentou em partes... deixadas nessas viagens. É dinamarquesa e tem 58 anos. Seus cabelos de neve deixam os olhos ainda mais oceano. Sua vida começou aos 18 anos, quando um grupo de dinamarqueses resolveu atravessar fronteiras. Naquela época na Dinamarca as pessoas não se interessavam em olhar além da própria janela. A curiosidade foi o berço. Nela eu vejo fonte. Faz crescer minha sede. Tem olhos tão profundos que para ouví-la é preciso antes saber ler seus olhares. Ela não há de descansar. Ela já nem pertence a si mesma. Se doou para o mundo...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

quatro

Somos quarteto. De lá onde se fala uai. Quatro cores. Quatro desejos. Quatro maças. Um sentimento. Várias mãos em movimento. Pouco sono. Muitos sonhos. Explosões. Quebramos paredes. Desfazemos muros. De mãos dadas. Entre as faíscas de Camila há toda a brisa de Tatiana. Michele vem devagar pra soprar com sorrisos a chama. Cor-de-rosa. Elas também enxergam palcos nas ruas. Tudo bem que Michele fique mais na platéia... a gente bem precisa de alguém pra nos olhar. Tatiana se perdeu no meio de tanto açúcar... se espalhou quando Camila passou e fez tudo mudar de lugar. Ah! Ainda bem que Michele estava lá pra dar colo e olhos. É assim. Dois mais dois. Três mais um. Sempre quatro!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

o arco-íris acabou de pintar a chuva com todas as cores. parei pra olhar.

falsa cegueira

- acho que perdi as lentes.
- você acha? você não sente se elas estão aí?
- não.
- elas já fazem parte do seu olho, né?
- acho que é isso. vou conferir.

minutos depois...
- então? você tinha perdido as lentes?
- não. elas estavam aqui. é que eu já não sei como é enxergar sem elas.

profundamente

achei que tinham me abandonado essas gotas salgadas. mas nessa semana eu molhei minha felicidade com lágrimas. eu pude nadar entre elas, dar braçadas longas, passear de navio e ainda acenar pra quem estava do outro lado. pra só assim chegar na nascente.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

saudade digital

é melhor não misturar. o óleo nunca vai se diluir na água. e o virtual não chegará a ser realidade. mas preciso deixar claro que sinto saudades de você escancarado nessa tela. falta das letras meladas de chocolate.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

meu time

começou. mas ainda não chegou na veia.

ontem foi o meu primeiro dia com meu time. são dez pessoas: cinco brasileiros, duas coreanas, um japonês e dois americanos. ainda não consigo ver uma unidade, nem poderia. vejo apenas perfis isolados com sapatos nos pés.

Rui, de Fortaleza (CE), 21 anos, gay, começou a estudar Relações Internacionais. os passos dele chegam antes do corpo.
Marcela, de Araras (SP), 18 anos. quer fazer cinema. só um minuto. ela estava aqui agora... passou.
Nayoung, da Córeia do Sul, 25 anos, formada em Designer têxtil. vive a esperar flores na janela.
Uliana, de Salvador (BA), 26 anos, formada em Antropologia. acho que ela pensa ser Alice.
Eduardo, do Texas (EUA), 32 anos, gay, formado em Biologia. tem um rato de estimação que ele achou aqui nos Estados Unidos. chama-se Pipin.
Valério, de Fortaleza (CE), 22 anos, formado em Relações Internacionais. estou tentando ver pela fresta de luz que ele deixou aberta quem ele é.
Kunihiko, do Japão, 21 anos, estudou Letras. não sabe dar abraços.
Shanae, de Chicago (EUA), 25 anos, formada em Sociologia. Ah! hoje é um dia lindo... amanhã? também será!
Hee Jim, da Coréia do Sul... chegará amanhã. veremos.

domingo, 3 de agosto de 2008

ponta fina

faz-me sentir com uma pena na mão escrevendo uma carta de amor...


um exagero

"que a gente não sinta saudades quando a gente se encontrar. só dessa conversa longa que cada dia a gente faz. e se tiver um tempo ainda pra gente ficar perto, que a gente aprenda a conviver longe agora.
...
onde você vai querer morar, além das estrelas, e da lua???
...
você em outro lugar, eu aqui, um lugar em comum, muitos lugares ainda distantes, e um mundo pequeno, que a gente pode encontrar fácil, fácil. eu pisaria em lugar seguro, e não perderia de vista você. a gente tem que respirar ou vamos nos ver antes do tempo.
...
fala de mim como se eu estivesse pronto em teu arquivo passado."

ebulição

tem gente que é tão gente que só de passar risca o chão. quinta-feira chegou um casal de gays na IICD. eu fui buscá-los. são americanos, do time de novembro. segunda começarão a trabalhar no Clothes Colection.

Justin tem 29 anos, loiro dos olhos cor de céu. traz na voz ondas doces. é cantor. com ele a música extrapola a letra, ela grita pelos olhos. ser o foco dele quando dançam as notas musicais faz-se enxergar um ponto em meio a multidão. Ryan tem 18 anos, sua pele é tão branca que de tão tímidas as bochechas se rosaram. é magro e gosta de ouvir música ao vento com fones que cobrem mais que somente o ouvido: a mente. não fala muito, mas quando solta palavras elas vêm calmas e claras.

parecem metades: Justin com o tom e Ryan na platéia. eles sabem que o ar pode faltar amanhã, então nadam à noite e colorem o corpo. pra eles a festa não tem data, ela acontece assim... sempre! eu só espero que ela continue depois do amanhecer.

sábado, 2 de agosto de 2008

revirando meu baú

passaram três meses. pura erupção! não houve nada debaixo da terra, apenas asas no céu. foi importante esse período anterior ao início do programa. eu aconselho!

fazer promotion me fez reforçar as minhas razões. foi gostoso conhecer o impulso de outras pessoas, tão próprios de cada uma delas. foi uma viagem na tela, entre várias estórias perdidas por aí. e entre uma pergunta e outra existiram tantas coisas... encostar as mãos nas ruas de Filadélfia, respirar Washington DC, me esfregar nas águas de Boston... e assim dar as mãos.

o cheiro da grama. hum... eu não vou me esquecer. o suco de laranja na madrugada. as estrelas e planetas debaixo da lua. a corda que não arrebentou. a troca de suspiros com o menino de covinhas. tudo fica. a bagunça organizada do nosso jeito. as cartas espalhadas. as folhas que vi cair da minha janela. pessoas que fizeram do meu quarto um lugar sem portas. as roupas secando no varal. o cabelo molhado na hora de dormir. as unhas vermelhas. o cabelo maior. Frida Kahlo. o lagarto verde que não parava de andar na minha parede. as borboletas voando entre os papéis amarelos e rosas. fica também a corrida contra o peso, subindo a montanha. a bolinha branca de um lado pro outro. as cartas de baralho. as mãos e toda a nossa imaginação. os filmes e os olhos fechados depois da primeira cena. a fome noturna. o cream cheese com pão. o arroz japônes. ah... quantas gargalhadas. e quanto silêncio. ficam os passos suados. as letras no último volume. os ouvidos dele cansados de me ouvir. minha voz estridente. surdez voluntária. o brasil diário. as lembranças estampadas nas fotos. a saudade. a troca de abraços pelo computador. o desfile de cores. o sono convidando sonhos. o corpo levantando pra levar os sonhos pra realidade. o vapor no espelho do banheiro. o perfume nas manhãs. a fogueira de versos. ficam muitas sensações. emoções de lavar o rosto. reconhecidas a partir das asas insaciáveis de uma borboleta.

70 anos e sonhando...

 sonhos, os seus, não envelhecem. não porque sejam eternos - mas porque são renováveis, e mudam de cor.  sonhando desde sempre, você não foi...