quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

será maldade dos eucaliptos?

não há discussão: são lindas a longas fileiras de eucaliptos estrada afora. organizadas que só elas, tais árvores crescem elegantemente para o alto, numa tentativa de chegar o mais próximo possível do azul-infinito. mas para toda essa beleza há também um porém: de tanto sugarem a água não deixam espaço para outros tons de verde se aproximarem. os eucaliptos vivem em um bando só deles. cada árvore segue de mão dada com a outra, e apesar da visível união, elas são excludentes por natureza. por isso, eu me pergunto: será isso maldade dos eucaliptos?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

cronograma de papel para seres humanos

é verdade que daqui de cima as coisas ficam pequenas lá embaixo, mas quando ficam miúdas é possível perceber como uma coisa interage com a outra. ir lá em cima é essencial para ver as fronteiras, e é na pequenez das coisas que a gente compreende os seus sentidos. com os pés no chão o zoom aumenta muito, e as coisas se fragmentam, só dá pra ver um ângulo. trabalhar com adolescentes privados de liberdade tem sido o maior dos meus desafios. as metas dificultam o acesso ao andar de cima, e por vezes, a gente fica correndo atrás de si mesmo. os prazos dos relatórios muitas vezes não coincidem com o tempo das coisas aqui embaixo, e a gente acaba por cumprir um cronograma de papel para seres humanos. e apesar dos pesares, eu prometo que ainda vou achar um brecha, uma fresta, uma luz.

eu até olho, mas não vejo nada

 ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...