domingo, 29 de janeiro de 2017

a Barbacena que ainda faz morada

há quem diga que o Manicômio de Barbacena era desumano, pois eu vos digo que fora justamente o ser humano quem o produziu (infelizmente preciso reconhecer que as atrocidades que vivenciamos surgem da mente humana). hoje esse lugar já não existe, mas os pensamentos que o edificaram não se esgotaram com a destruição física e simbólica desse absurdo. há que se inverter a ordem, há que se restaurar a lógica. eu não sei bem o caminho pra chegar nesse mundo que a gente compartilha entre fios de sonhos de um amanhã, mas eu sei que não chegaremos se quer perto se abandonarmos os remos ainda que estejamos contra a maré. - trecho inspirado na peça teatral "Nos porões da loucura"

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

não me deixe só

a solidão de tudo o que (rei)na. do sol que se põe invariavelmente pra lua anoitecer. do abraço sem abrigo. da verdade desacreditada pela fé. do homosexual interpretado pela crença. das prostitutas calculadas em cifrão. a solidão das ideias que não se concretizam. da teoria sem prática. do monólogo sem plateia. do refugiado abundante de passado. a solidão do des(encontro). da ilha. do vale. do pico. a solidão do par de sapato perdido. da carta sem resposta. a solidão das grades. do mundo recortado por fronteiras. a solidão do filho órfão de pais vivos. da vida que sobre(vive) após a morte. do grito silenciado. a solidão de se manter remando contra a maré. de não suportar abandonar o remo. de se descobrir miúdo pra tanta imensidão. a solidão da decisão. texto inspirado na peça teatral 'Theo'

eu até olho, mas não vejo nada

 ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...