sábado, 12 de setembro de 2015
refugiados de si mesmos
e no final da contas, é uma guerra de ideias. como se as diferenças não fossem coabitáveis no mesmo espaço de tempo e de endereço. dispara-se o tiro contra o outro em sua aparente diversidade, sem se dar conta da mais profunda semelhança. criam-se fronteiras e legitimam-as como se a divisão dos mundos fosse necessária e parte da natureza das coisas. denominam como refugiados aqueles cujos corpos registram a marca da intolerância, as quais uns podem dizem que é contra o outro, mas eu diria que é em essência contra si mesmo. e nesta guerra que se arrasta há anos, é difícil encontrar qualquer fresta de razão em tantos fins justificando os meios.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
escrever é um eco
escrever é capturar o eco. por instantes, fica uma espécie de ruído nos rondando. pra ver se a gente se salva, a gente busca na palavra uma forma de transbordar o copo. acontece, que o líquido escorre, sem levar consigo o ruído. até que os dias passam, surgem outras cenas, a vida segue o seu movimento nada linear, e o ruído permanece. custa pra gente dar conta de colocar numa página aquilo que nos povoa, e quando isso ganha a dimensão das palavras, eu confesso: não há salvação maior.
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eu até olho, mas não vejo nada
ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...
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mas pra isso é preciso desejar sincero e profundo, ao ponto da rua ser toda sem saída, sendo o ponto de chegada o mesmo ponto de partida. ca...
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foi injusto, apesar de bonito, você ter me deixado o seu cheiro embrulhado. quando abri o presente senti o seu perfume em torno da minha mol...