sábado, 4 de janeiro de 2025

o silêncio é o meu ato de fé

~ primeiro sábado de 2025. 

há dois anos escrevo menos, falo menos, e também penso menos. mas nem tudo diminuiu: desde então eu sinto muito, e muito mais. o vento virou cachecol, a chuva, melodia. o futuro e o passado se entregaram ao presente, e os dias ficaram preenchidos do agora. as águas se fizeram mantra, e a natureza tornou-se minha prece. a literatura criou diálogos, e os livros converteram-se em ecos. 

o silêncio chegou sem esforço, corporificando o cotidiano. 

há um infinito em cada passo, e o que vejo é tão somente uma fração. aprendi a confiar no invisível, a ter fé na vida, e principalmente, a sentir Deus em mim. sinto tanto que meus olhos lacrimejam quando escrevo Teu nome. dizem que a fé faz morada em nós, e que vez ou outra, quando afirmamos perdê-la, ocorre é que o mundo concreto nos absorve, escapando-nos o divino. dito assim parece até que a espiritualidade vagaria por nuvens fantasiosas. mas não. acontece é que o que capturamos é por demais reduzido perto da dimensão existencial. há algo para além, algo depois da curva, algo após a queda. 

há sempre algo mais!




eu até olho, mas não vejo nada

 ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...