~ primeiro sábado de 2025.
há dois anos escrevo menos, falo menos, e também penso menos. mas nem tudo diminuiu: desde então eu sinto muito, e muito mais. o vento virou cachecol, a chuva, melodia. o futuro e o passado se entregaram ao presente, e os dias ficaram preenchidos do agora. as águas se fizeram mantra, e a natureza tornou-se minha prece. a literatura criou diálogos, e os livros converteram-se em ecos.
o silêncio chegou sem esforço, corporificando o cotidiano.
há um infinito em cada passo, e o que vejo é tão somente uma fração. aprendi a confiar no invisível, a ter fé na vida, e principalmente, a sentir Deus em mim. sinto tanto que meus olhos lacrimejam quando escrevo Teu nome. dizem que a fé faz morada em nós, e que vez ou outra, quando afirmamos perdê-la, ocorre é que o mundo concreto nos absorve, escapando-nos o divino. dito assim parece até que a espiritualidade vagaria por nuvens fantasiosas. mas não. acontece é que o que capturamos é por demais reduzido perto da dimensão existencial. há algo para além, algo depois da curva, algo após a queda.
há sempre algo mais!
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