sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

seu corpo, minha casa

dos edíficios, seu corpo é o que me leva ao andar mais alto, de onde todas as coisas ficam pequeninas. gosto quando encontro seu quarto, guardado naquela curva, e me encolho até caber no seu abraço. fico procurando suas varandas, e nelas os seus pensamentos mais espontaneos. bom é abrir seu guarda-roupa, esbanjando seu cheiro que eu ainda vou incluir num frasco. seu corpo tem compartimentos, e cada centímetro revela um sabor seu. cada pedaço de pele abre uma gaveta, que sem querer deixa cair aquele objeto guardado há anos a espera de uma janela. meu amor, com certeza os braços seus são de longe a minha melhor morada.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

minha primeira vez

é a primeira vez que uma semente me alcança em solo fértil, em terra regada dia após dia, é a primeira vez que apesar da tempestade eu enfrento a rua mesmo sem guarda-chuva, é a primeira vez que a casa está em ordem, pronta pra receber você, é a primeira vez que eu vejo alguém sem venda nos olhos, é a primeira vez que eu quero abrir a janela, é a primeira vez que eu me amo completamente, e só assim pude amá-lo completamente.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

sem passado

vez ou outra é necessário consultar o baú das coisas que não se vão pra que a gente possa seguir em frente sem retalhos de passado espalhados pelo chão. ele é o primeiro homem que eu amo completamente, sem mapa, sem bussola, sem passado.

eu até olho, mas não vejo nada

 ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...