segunda-feira, 28 de agosto de 2017

quase que era real

imaginação não é coisa que se brinca, e a gente deveria aprender isso com o tempo. pra seguir no mundo de gente grande é aconselhável uma boa dose de controle das fantasias, pra evitar um certo degradê de realidade misturada com ilusão. eu sei que a gente pode até flutuar mesmo de olhos bem abertos com esses devaneios. mas eu repito: é aconselhável manter os pés no chão. isso pra não correr o risco de tornar verdade uma estória cheia de ficção e cair na loucura de acelerar os batimentos por conta da própria invenção. tudo isso é um caminho sem volta. é uma embriaguez sem o milagre da ressaca pra acreditar na cura. não há dia seguinte. as noites se prolongam, continuam, ficam atadas feitos nós, transbordando de delírios que de tanto serem desejados são absorvidos pela pele, pelos poros, pelo corpo. eu assumo a culpa. fui eu que desenhei minhas grades, fui eu que joguei as chaves do lado de fora e entrei sem olhar pra trás, como se não houvesse passado. não foi ingenuidade. foi vontade de acreditar. foi esperança. foi aquela brecha na escuridão. foi o encanto do feixe de luz. foi uma ânsia em dar um contorno pra isso que eu guardei chamando de sonho.

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