segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
A gente devia ter sempre o coração inteiro
Debaixo da árvore pontilhando a chuva eu escutava as cifras da sua respiração. Você me contava dos seus pedaços despedaçados e da sua ponte ainda imaginária pra fazer chegar lá no fundo do peito e remendar os estilhaços congelados em dor. Seus olhos escorriam gotas de mar enquanto as ondas reclamavam a falta dos remos seus. Parecia que seu redemoinho te enganava e o fôlego era um preparo pra suportar a asa quebrada bem no canto que faz voar. Mas é assim, passarinho sem céu não tira os olhos do azul, e mesmo sem asa, faz morada nas nuvens. E aí, nesse movimento, ainda sem endereço, resolvi respirar você, e batizar como nossa sua narrativa de amor.
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