quarta-feira, 23 de maio de 2018

um balanço de idas e vindas

fio a fio foram se encaracolando no vento que se inventava a cada ida e vinda do balançar da menina. os cabelos envolvidos na trança se atreviam a sair do contorno e espiar o sopro; e quando voltavam, não mais retornavam. os braços da menina seguravam as cordas nas laterais do balanço e suas pernas guiavam a corrente de ar que ali se descobria. os pés se protegiam do chão, e o corpo ganhava impulso a cada vez que se aproximava do céu. interessante era notar que os picos se revelavam nos caminhos de ida e de volta, e que a chegada era o desfrute da partida. tudo dependia então da forma como se iniciava o impulso, do tanto que fôlego que se depositava na largada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

eu até olho, mas não vejo nada

 ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...