sexta-feira, 8 de setembro de 2017
amanhecendo
e tudo isso que se constrói pra durar mais tempo que a gente, traz em si a própria rachadura, toda a solidez guarda em si uma fenda, e essas brechas, esses cantos que parecem defeitos, que vez ou outra são escondidos dos olhos (mas não do coração), eles carregam fontes de luz, são enfim a prova de nossa inevitável metamorfose, não é que algo se acabe, afinal não há um fim e um começo com tanta exatidão, você não encontra na linha infinita do tempo o dia em que algo se inicia, é um processo, uma continuidade, é certo que minha vida começou bem antes de mim mesma, e não na data do meu nascimento, meu corpo é tipo um museu de várias gerações, guardo na pele o jeito de sentir dos meus avós, e meus avós, daqueles que eram os seus, e que alívio ou ilusão isso de se pertencer, de não seguir por aí sem um endereço pra falar de amor, sorte é ter um teto pra escolher quando se molhar na chuva, nossa sina é essa, é não ter sina alguma, é não saber o que virá no amanhã, e aprender (quase que engatinhando) como achar o ritmo da respiração quando a onda te engolir, e ao engasgar, encontrar logo um jeito de transformar o sufoco em passagem pra esse novo mundo que sempre há de chegar.
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