segunda-feira, 18 de setembro de 2017
eis que estou flutuando
e de repente, nesse intervalo entre a calmaria e a tempestade, fiz-me ofegante, tal era o acúmulo de sonhos. ficou difícil respirar, parar pra respirar. costurei um amontoado de retalhos de anos atrás em segundos do presente instante, e não coube, como era de esperar. não coube nem o começo da estória que eu queria contar. continuei sem fôlego, e essa falta de ar era culpa da minha mania de me preservar. houve um dia que eu achei melhor evitar essa roda gigante, essa oscilação entre o vale e o pico. achei por bem ficar no plano, naquele pedaço de mundo onde não há risco de cair, tampouco de voar. destruí cada possibilidade de poço, e cortei logo os insistentes restos de asas. segui na linha imóvel do tempo, morei alguns anos numa rede de estabilidade, e guardei meu coração na gaveta. e agora abriram meu baú (com minha autorização), e eu não consigo desviar do risco permanente de minha perigosa erupção. não dá pra fugir de mim mesma, eu tô escancarada, nunca estive tão nua, despiram-me da etiqueta, roubaram-me o bom senso, e deixaram-me com a explosiva liberdade dos ventos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
desejo, logo realizo.
mas pra isso é preciso desejar sincero e profundo, ao ponto da rua ser toda sem saída, sendo o ponto de chegada o mesmo ponto de partida. ca...
-
Thought of You from Ryan J Woodward on Vimeo .
-
cobriu-se de petátas de girassol pra me receber em um dia azul cor de céu. pausou o tempo que não parava de correr nas fotos que seus olhos ...
-
foi injusto, apesar de bonito, você ter me deixado o seu cheiro embrulhado. quando abri o presente senti o seu perfume em torno da minha mol...
Nenhum comentário:
Postar um comentário