sexta-feira, 19 de outubro de 2018

sem ar

do sul, fui pro norte de Minas. agradeci pela distância [geográfica], e pela impossibilidade de esbarrar em você. na vinda, te procurei entre os carros da estrada, sonhando com aquelas coincidências de cinema. escolhi trilhas sonoras pras 12 horas de viagem, e todas, invariavelmente, lembravam você. faltou fôlego, eu inspirei ar, e me sufoquei de você. agradeci pelo engarrafamento, por cada caminhão que esticava as horas, e atrasava meu retorno pra esse canto de memórias nossas. cheguei em casa, e não tinha carta sua, não tinha nada seu: só o silêncio que você insiste em prolongar, sem ar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

eu até olho, mas não vejo nada

 ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...