segunda-feira, 7 de maio de 2012
a primeira vez depois da última
enquanto eu não deixava o samba morrer, você guardava seu corpo entre os cantos da cadeira, eu me exibia inteira pra você em curvas vindas da música que me transbordava, você me via, e eu refletia, seus olhos custavam a encontrar os meus, você me contou do risco que corria ao espacar, ainda que por segundos, um passeio pelas minhas retinas, você que se dizia fogo, mas tinha medo de soltar faísca, movido pelo falso desejo de ver a lua, você me convidou pra respirar com um pouco mais de liberdade, eu te contei que a gente não precisava ir tão longe, que eu gostava mais dos destinos próximos, então misturamos nossos cheiros, eu querendo a sua poesia, e você sugando os meus instintos, você me contou segredos que eu nunca ousei revelar, e por mais que você me concedesse a fala, eu não conseguiria continuar a frase, fiquei ali tentando, em vão, apagar o seu incêndio, mas não haveria água suficiente, não sei ainda porque não entrei na fogueira, acho que foi por receio de me queimar.
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