domingo, 9 de setembro de 2018

um bom lugar pra ser perder

escrevo pra me salvar da próxima curva, quando um perde o outro de vista, quando um segue, e o outro fica. (é importante, apesar do estado de nuvens, eu deixar os pés no chão sobre nossa despedida. eu olho pra você e sinto que ao mundo pertences, e que, talvez, um cep não caiba teu corpo de mar). escrevo pra te guardar na minha gaveta, e poder re(ler) você sempre que a maresia acontecer. escrevo pra prolongar essas horas que duram dias, pra ver se acerto o relógio de amanhã. é que desde ontem vendo você trajado de sua pele rosê fiquei com o coração exposto pro mundo, e agora, pra mim. o ritmo seu, que é também ritmo meu. um encontro temporal, o nosso. com tempo de olhar tanto seus olhos até descobrir todas as cores de suas retinas, de abraçar todos os seus endereços, de acordar e respirar seu cheiro. dos seus esquecimentos, espero o dia que esquecerás você por aqui, nesse nosso universo paralelo. que te percas por aqui, em mim, sem nunca mais encontrar o caminho de volta. acho que é seguro se perder assim. também preciso negritar que quando criança, era comum brincarmos de sonhos e de futuro. depois disso, não mais ouvi falar de quem tivesse sonhos do tamanho da infância, com exceção de você, que quer o oceano, o infinito, uma vida a beira-mar. que tipo de homem pode haver por trás de um sonho velejante? (...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

eu até olho, mas não vejo nada

 ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...