de costas para a montanha, seu corpo prolongava as curvas dos morros. lembro de percorrer com os olhos os seus fios enrolados à paisagem. eu esfumaçava suas margens, confundindo-lhe com o mundo. você era meu mundo.
incansavelmente você me perguntava: "o quê?". como se o meu olhar lhe provocasse dúvidas. explicava que lhe contemplava como se fosse o mar, depois de perder os remos de vista, ou - depois de não mais precisar remar?
sua camisa desabotoada e os pés deliciando a grama denunciavam sua entrega. "eu quase disse eu te amo", você me contou.
quase.
e ficamos por ali.
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