sábado, 18 de dezembro de 2021

ilhada

é aí que reside minha divisão do horizonte. o retorno pra universos verticais empilhados em cimento parecem abafar a simplicidade da então atmosfera marítima. furam minha bolha. os horizontes encurtam as distâncias, e pressionam minhas ideias em gavetas demandantes de futuros. o medo espreita os agoras, fere o sossego vindo da maresia. 

vem à memória os instantes que repousei nos pescadores, em como encontravam lar no mar, e confiavam a ele as próprias ilhas. aposto que deixavam a ansiedade pra trás, e ante a imensidão das águas cavavam forças internas descobertas somente em navegantes tempestades. acho que velejavam as próprias emoções e entregavam os amanhãs. 

por aqui não se beira o mar, ainda que exista esse instante que eu me veja ilhada.  

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