quinta-feira, 27 de setembro de 2007

jornalismo

Nasci feito papel em branco. Já tinha alma, é verdade, mas no começo parecemos todos iguais. Aos poucos fui tomando forma e sendo formada, pois não há como fugir disso. Hoje sou um papel rabiscado, mas com grande parte a ser preenchida. Linhas retas não fazem parte do meu desenho. Sim, eu faço planos... mas estes não me cercam, apenas me auxiliam nos meus vôos. As minhas linhas são curvas, porque são minhas. Vêem de de dentro, do espiríto, no meu ritmo. Eu, dona do meu destino.

Acordo todos os dias como uma tela nua, sem passado, sem futuro. Sou o presente diário, definido a partir da temperatura, do gosto, do paladar do instante.

Diria que hoje sou feito jornal... muitas histórias já relatadas, mas com a ânsia constante de viver outras. A minha gramatura não é certa, o meu peso é o mesmo do vento. Tenho o formato dos meus sonhos. Em minha textura há um semblante da natureza.

Estes mesmos papéis que descrevem minha vida sempre me acompanharam. Em viagens lá estavam eles amarrados a um simples objeto que quase sem perceber preenchia espaços com meus pensamentos, por vezes enjaulados clamando pela liberdade. Nos estudos os textos se tornavam meus, pois minhas mãos com vida própria começavam a escrever e a interpretá-los. E nas horas vagas não seria diferente: meus devaneios pediam mais realidade nas minhas reflexões, e por isso via no papel o passo inicial, responsável por dar forma as minhas idéias. Minha mente sempre gritou por isso, como se ao colocar a minha imaginação numa folha eu pudesse abrir minhas asas e alçar novos vôos. Origina-se assim a minha escolha pelo jornalismo. Uma maneira de poder externar diariamente esse mundo que nos envolve. Decisão tomada pelo coração, a linha mais direta entre os sonhos e a realidade.

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