Não faz muito tempo eu senti dó do filho do caseiro. Eu tinha acabado de voltar do cinema e me perguntei se ele já havia assistido à algum filme naquelas telas gigantes. Fui até a casinha que ele mora e com a sensação de que levaria esperança e alegria ao coração daquele pequeno menino eu perguntei: Você já foi ao cinema? Com os olhos molhados de desejo ele respondeu que nunca havia ido. Comecei a questionar sobre quais filmes ele gostaria de ver e quais persongens ele mais gostava. Feito criança que vive dentro de um sistema maior que si mesmo ele disse sem êxito que amava o Homem Aranha. Quem falou isso foi um menino que morou a maior parte da vida num lugar isolado da cidade e até mesmo da ruralidade. Seu lar ficava num lugar onde se podia ouvir o canto dos pássaros a qualquer hora do dia, num lugar onde pisar no barro molhado era gostoso, num lugar onde se via o mundo de cima das árvores...
E hoje, morando na casinha que meus pais fizeram para o caseiro eles começam a ter contato com as inovações humanas. Ignorância minha pensar que a ausência de máquinas pudesse fazer falta a um ser humano. Tolice minha não perceber que é exatamente o contrário. Não quero mais levá-lo ao cinema. Entendi que o grande mistério da vida está no ar, entre a terra e o céu... basta olhar pro vento...
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
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eu até olho, mas não vejo nada
ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...
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mas pra isso é preciso desejar sincero e profundo, ao ponto da rua ser toda sem saída, sendo o ponto de chegada o mesmo ponto de partida. ca...
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foi injusto, apesar de bonito, você ter me deixado o seu cheiro embrulhado. quando abri o presente senti o seu perfume em torno da minha mol...
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