sábado, 4 de dezembro de 2010
de tão lúcida chega a ser louca
desgraçada era ela por ter visto o que viu e ter que, agora, se contentar com o que vê. não era raro vê-la implorando por olhos mais doces, capazes de pintar aquela latente realidade. chegara ao ponto de esfregar o rosto dele, retirando a maquiagem que o inventava. esfregava a mentira até chegar no fundo das cicatrizes do tempo. luxo foi quando conseguira colocar no mesmo barco sua razão e paixão, colocando fim as algemas da pele. via-se ali navegando entre ondas de destino certo, compreendidas pela total ausência de portos fingindo proteção. e agora restava isso, a concretude das coisas que não se podia questionar. era mais adequado florescer palavras aromatizadas propositalmente e viver carregando matérias sem dono. depois que a mente apreende aquilo que vê não há outra alternativa a não ser a hipocrisia, única forma de sobrevivência. chamariam isso de loucura, porque a loucura é o ápice da lucidez.
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eu até olho, mas não vejo nada
ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...
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mas pra isso é preciso desejar sincero e profundo, ao ponto da rua ser toda sem saída, sendo o ponto de chegada o mesmo ponto de partida. ca...
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foi injusto, apesar de bonito, você ter me deixado o seu cheiro embrulhado. quando abri o presente senti o seu perfume em torno da minha mol...
escrita linda a sua, viu?
ResponderExcluirtem uma música que lembra o q vc trata neste texto...
=*
Samis, mais linda que a escrita presa na tela é a leitura que você faz dela... e sobre a música, conte-me qual é! deixe-me escutar você.
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