quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

muros quentes

desculpe, acabei perdendo o trem das onze horas, acabei perdendo também algumas linhas penduradas em suas curvas. é difícil manter a carruagem quando já não se vê o girar dos vestidos longos debaixo do sol de 40 graus. parece quase como retroceder. é, estou mesmo atrasada, e o trem foi só uma forma que inventamos de delimitarmos o passado e o futuro. ainda bem que perdi esse trem. ainda bem que não fiquei no passado. ainda bem que não quis ser futuro. estou pensando em partir no próximo trem, e desta vez, não deixarei você pra trás. é verdade. eu tenho medo da vulgaridade que escandaliza debaixo da minha saia. e se aqui chamo de vulgaridade é porque os meus contornos foram desenhados com pernas bem cruzadas. naquela noite, quando o silêncio sublinhava nossa respiração, eu já havia programado cada muro que poderíamos debruçar nossos corpos, e não só os muros, mas o passear das peles neles. confesso que não precisei controlar meus impulsos, a carne viva sempre deixa a desejar. toda aquela noite com ruas calçadas de casas históricas e nós dois caminhando sem qualquer pertencimento. acho que faltou isso, eu querer ser sua, essa hipocrisia de posse, essa minha hipocrisia por já ter perdido a conta de quantas vezes me senti possuída.

2 comentários:

  1. Ola amiguinha!!
    Passei pra te desejar um excelente Natal, pra vc e pra todos a sua volta!
    Adoro-te muito.
    bjaooo de loonge do seu amigo virtual!!
    Thi

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  2. querido menino, desejo o mesmo pra você... Natal parece ter cheiro de família, de nascimento, de mãos dadas. aproveite-o em todos os dias do ano... você é um menino especial! abraços, Débora Cecília

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