quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
vida na ponta dos dedos
ela manuseava os dias com as mãos, não só os dias, mas as noites também. um dia acordara com o mundo latejando nos seus olhos e levantou logo pra não prender a imaginação nas retinas. foi então que pintou algumas estrelas no céu da sua janela, e começou a remar no rio dos seus passos em terra. a menina dispensava a realidade. dependia apenas dos espaços onde o vento conseguia espiar, e chegando lá esticava bem a pele até se fazer levar feito grão de areia do mar. fazia-se de onda, até que o oceano, de tempos em tempos, a fizesse repousar em seu cais de braços firmes e promessas de eternidade. o cais não era seguro, mas as suas juras eram perfeitas tentações. acreditar era uma opção desafiante, principalmente nestas trilhas de solos maleáveis com pegadas de seres portadores de asas humanas. acreditar tornava-se então uma questão de sobrevivência.
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