quinta-feira, 8 de março de 2012

naquele tempo...

naquele tempo tínhamos corpo e idade de adolescentes, mas não o sabíamos, desde as primeiras linhas achamos que já poderíamos determinar as últimas páginas, qualquer curva resultava em pontes remendadas pela não aceitação de qualquer que fosse a outra história, éramos autores afinal, e não personagens, acontece que depois de alguns anos, até o calendário marcar o dia de hoje, aquilo que parecia trágico me arranca um sorriso ainda acanhado, a tragédia é mesmo muito próxima da comédia, você se transformou então em uma lembrança guardada em imagens congeladas no fundo da gaveta, não porque são intocáveis, mas porque depois de tanto tempo elas deixaram de sair do papel e me alcançar nas esquinas do meu quarto, você, enfim, se transformou em um livro sem páginas em branco.

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