terça-feira, 22 de junho de 2010

inteira!

enquanto esperava o ônibus expliquei a ele que minha vida não tinha endereço. mostrei que casa era um lugar para se esconder das coisas lá de fora. pelo menos a minha era. o meu lar era um local de passagem, entre o dia e a noite, entre o que eu imaginava e o que eu realizava. não levava pra dentro de casa nada do que eu era de verdade. eu nunca estive em qualquer matéria mesmo. eu existia ali, entre eu e ele, entre eu e você, entre o céu e a terra, entre, sempre entre. não fazia sentido morar em um endereço. eu não moro em uma rua, eu não moro entre quatro paredes, eu não moro no meu quarto. eu moro por aí, em qualquer coração que deixe a porta aberta. eu não pertenço a nada mais, nem a mim mesma. eu não dependo de nada mais, a não ser de mim mesma. se tudo me tirarem ainda assim restará o que eu mais preciso: eu mesma. nesta condição de ser, de existir, de viver, é que eu me encontro por aí. e quem me achar há de entender que jamais serei metade. serei pra sempre um inteiro.

5 comentários:

  1. Olá, sempre leio suas postagens e te sigo que tal me seguir e me conhecer um pouco..
    bjus Baunilha

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  2. ai debs , pq te ler é como voltar para aquela montanha e te conhecer novamente.

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  3. Olá Baunilha, percebo que seu nome carrega em si um certo sabor que me leva de volta a minha infância... é sempre bom passear por lá... fui visitar suas letras e deixei algumas minhas pra você. faremos muitas trocas ainda!

    e Lio, a gente se reconhece tantas vezes, não é verdade? as vezes me perco quando, sem querer, afirmo que conheci tal pessoa. a gente não conhece nada completamente... vivemos assim, num eterno reconhecimento. e conhecer você será sempre um prazer pra mim. amo. amo você. é claro que amo!

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  4. Será que sem destino certo chegaremos enfim onde sempre sonhamos?

    Não ter um pouso deixa o voo mais livre?

    Ir sem olhar para trás nos reserva grandes descobertas?

    Caminho, pois. Caminho sempre.

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  5. pra mim que vivo de sonhos em sonhos, ter um destino certo me limitaria em excesso. não adianta. eu não posso ter contornos. já o pouso é necessário, acontece que depois que se tem asas os pousos são infinitos... e olhar pra trás. ah... pode ser maravilhoso. e sim. o mais importante é caminhar.

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70 anos e sonhando...

 sonhos, os seus, não envelhecem. não porque sejam eternos - mas porque são renováveis, e mudam de cor.  sonhando desde sempre, você não foi...