sábado, 12 de março de 2011
lupa nos olhos
preferia não encontrá-lo, os olhos dele tinham essa mania de me deixar nua. mal ele chegava e logo me tirava a roupa, ultrapassando a fronteira entre nossos territórios. e eu não era a única a reclamar, bastava chegar outro alguém pra ele repetir a dose de invasão. ele era daqueles que sabia despir qualquer um que fosse. segredo era notícia velha diantes das retinas deste homem. uma letra minha era suficiente para que ele entendesse o alfabeto, acho mesmo que ele carregava lupas nos olhos. sabia de mim como se eu fosse ele, explicava-me. uma espécie de espelho com minha imagem distorcida. por isso pouco adiantavam os esconderijos debaixo dos panos cobrindo o meu corpo, ele rapidamente enxergava a minha nudez.
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o inverno traz em si a vontade de ser verão, quando a gente se esconde debaixo do cobertor em plena madrugada embrigada de lua cheia.
gosto muito de sua escrita
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Samis, escrever é feito pintar um quadro com toda a liberdade dos pincéis... delicie-se!
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