terça-feira, 17 de maio de 2011
eu que não pertenço a mim mesma
o que eu olho, me olha no mesmo instante, o meu olhar não é meu, é coletivo, social, construído, assim que olho nos olhos dele e me vejo refletida em sua pupila eu me transformo, modifico o meu olhar, que se torna nosso, conjunto, plural, no mínimo dois, assim não há como chamar nada de meu, não há como me separar de tudo aquilo que me envolve, mais difícil ainda é encontrar nisso tudo aquilo que sou eu de fato, aquilo que eu seria se nada disso me contornasse, por isso fico tentando descobrir se há em cada um de nós algo que nos pertença realmente, algo que nos seja inerente, tal qual a natureza da pele, pode ser, mas dia após dia eu me convenço mais da nossa completa alienação de nós mesmos.
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desejo, logo realizo.
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o inverno traz em si a vontade de ser verão, quando a gente se esconde debaixo do cobertor em plena madrugada embrigada de lua cheia.
neste momento nem sei se acredito em olhares...
ResponderExcluirÉ bom olhar nos olhos de quem gostamos e ver nosso rosto no espelho de seus olhos...
ResponderExcluirDá vontade de entrar para dentro... e não escapar!
É uma idéia assustadora enquanto verdade e real, mas lindamente pura, se toda a vida, poema.
ResponderExcluirGostei muito Cecília.
Bom fim de semana.
Long Haired Lady, mas olhares são mais sinceros que a mais concreta poesia...
ResponderExcluirDaniel, escapar seria negar a mim mesma, e isso eu já não permito...
C. é o amor que não existe de forma isolada, que não aceita um como condição, é o amor que pra ser realidade precisa de dois, mas inteiros, sem metades.
de fato Blakhorshed, é assustador nos vermos tão distantes da nossa própria essência, é como se pudessemos nos ver enquanto personagem de um enredo que alguém nos escreveu...