sexta-feira, 14 de outubro de 2011
medida exata
as esquinas dos seus olhos são tão afiadas que trincam imediatamente o meu suposto chão, deixa-me vulnerável o seu olhar fixo funcionando como arma feita pra matar, desvio-me deste desconforto, crio obstáculos que impeçam o encontro das minhas retinas nas suas ruas, mas você me percebe, me pega pelos braços tal qual corpo-objeto que não mais controla suas reações, descontrolo-me, obedeço inteiramente aos meus instintos, rasgo os pedaços de pano que separam nossas peles, atravesso meus planos, e me reconstruo aliviada, agora confortável por caber exatamente nos contornos seus, mais confortável ainda por me descobrir tal qual costura medida milimetricamente para outrem: você.
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o inverno traz em si a vontade de ser verão, quando a gente se esconde debaixo do cobertor em plena madrugada embrigada de lua cheia.
que as medidas não se esgarcem jamais!
ResponderExcluir:)
Tem esquinas que gritam o nosso nome; ruas-sem-saída que nos acolhem. E você estava lá, sem eu perceber que na imensidão da cidade, inevitável era o encontro.
ResponderExcluirJuliana, e se porventura ocorrerem medidas desfeitas, que a gente possa sempre costurar novas possibilidades...
ResponderExcluire Guilherme, os encontros são marcados pela pele, temperatura, olhos, os encontros são setas que apontamos em alguma direção, eles têm por debaixo dos poros o desejo latente de atravessar a ponte...