neste momento de ponte quebrada, antes da passagem pro lado de lá, a gente reage instantaneamente tentando reconstruir e elo, é difícil reconhecer outros caminhos, mesmo existindo muitos deles, a gente insiste na mesma direção, porque depois de um tempo começamos a acreditar que aquele trajeto é único, e que nele residem todas as bonitezas possíveis, mas quando a gente se vê diante de uma ponte não reerguida, começa a caminhar em torno de si mesmo, a gente se torna evidente, o reflexo no espelho causa estranhamento, é que a gente se espalha em demasia no outro, e quando acontece a separação a gente se vê recuperando os detalhes deixados pra trás, cada fim de estrada nos recompõe de maneira diferente, e agora, passados esses dias em que o relógio correu mais devagar, eu me vejo diante de mim mesma, me abraço com toda a delicadeza que me convêm, me curo da dor concretizada pelo corpo, é o momento da travessia, pra dentro de mim mesma.
domingo, 1 de abril de 2012
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