as cercas contornando as posses, o dinheiro comprando territórios, o homem se apropriando do objeto. acumulam-se os pertences, ao mesmo tempo que alimenta-se a ilusão de pertencimento. incorpora-se a idéia de que aquilo que é meu, não pode ser do outro, e que desta forma, o outro não teria direito àquilo que é meu. primeiro a compra, depois a posse. ideologia. não há posse de fato.
eu queria estar viva quando as casas se tornassem públicas, e a gente pudesse percorrer o mundo, um pouco assim, sem endereço. faríamos casas sem muros, sem grades, sem cercas elétricas, sem chaves. seria responsabilidade minha o bem-estar do meu vizinho. seríamos coletivo e a vida aconteceria menos entre quatro paredes. daríamos bom dia, e nos sentaríamos todas as manhãs em volta da mesa, bem onde a sombra esqueceu de pousar.
terça-feira, 10 de julho de 2012
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