segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

mais daquele que povoa a minha mente

um cabra nordestino de chapéu e vara na mão. despersonifica-se pra tentar capturar os instantes de sensibilidade. na boca tem estupidez, chocolate amargo, faca afiada. da mesma boca vejo sair sinais de casca de porcelana. é frágil esse menino. dá vontade de carregar no colo e cuidar. de estórias ele se faz, se cria. mas fica sempre a vontade de ser outro personagem, nunca aquele que ele é. pra se aproximar do seu ideal: Bíblia. ajoelha e pede perdão. e no dia seguinte repete a si mesmo. de frente pra esse altar que ele construiu há muita contradição. e ele... ele sabe de cada uma delas e sente o alfinete entrando na pele. mas continua. e depois reza. acima de tudo isso ele é a velocidade do pensamento. a verdade. por isso tantas amizades. ele corre atrás de gargalhadas como quem troca de roupa. o drama não faz parte dele, a não ser nas horas de religião. pra fome dele tem que ter fartura. presunto não o satisfaz, tem que ter massa, prato cheio. o corpo dele pouco descansa. muda muito de lugar esse menino. mal consegue terminar de assistir um filme. é a falta. o vazio entornando álcool e drogas. a mente acompanha o cansaço. pesada. pra cegar ele coloca vendas nos olhos, já que muita luz o faz perder o sono. e ele aqui. nos Estados Unidos tentando ser algo diferente do que ele era... sendo muito do mesmo, mas buscando outras linhas. e já há muito escrito sobre essa mudança. tenho certeza. quisera eu ser mais de um parágrafo. porque pra mim sinto que ele deixa a frieza da necessidade, e não simplesmente os olhos abertos de uma escolha. e é por tudo isso e algo mais que eu não posso traduzir neste texto é que ele é apaixonante. assim mesmo... contra toda a minha razão.

2 comentários:

  1. `Em uma noite escura
    De amor em vivas ânsias inflamada
    Oh! Ditosa ventura!
    Saí sem ser notada,
    ´stando já minha casa sossegada.

    Na escuridão, segura,
    Pela secreta escada, disfarçada,
    Oh! Ditosa ventura!
    Na escuridão, velada,
    ´stando já minha casa sossegada.

    Em noite tão ditosa,
    E num segredo em que ninguém me via,
    Nem eu olhava coisa alguma,
    Sem outra luz nem guia
    Além da que no coração me ardia.

    Essa luz me guiava,
    Com mais clareza que a do meio-dia
    Aonde me esperava
    Quem eu bem conhecia,
    Em lugar onde ninguém aparecia.

    Oh! noite, que me guiaste,
    Oh! noite, amável mais do que a alvorada
    Oh! noite, que juntaste
    Amado com amada,
    Amada no amado transformada!

    Em meu peito florido
    Que, inteiro, para ele só guardava,
    Quedou-se adormecido,
    E eu, terna o regalava,
    E dos cedros o leque o refrescava.

    Da ameia a brisa amena,
    Quando eu os seus cabelos afagava,
    Com sua mão serena
    Em meu colo soprava,
    E meus sentidos todos transportava.

    Esquecida, quedei-me,
    O rosto reclinado sobre o Amado;
    Tudo cessou. Deixei-me,
    Largando meu cuidado
    Por entre as açucenas olvidado.`

    A noite escura de Sao Joao da Cruz.

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    A vida nessa terra nada mais eh do que uma noite mal dormida numa hospedaria fria e suja. Em um momento dessa noite a amada - ele -encontrou essa luz que a guiava a quem esperava por ela, o seu amado. A ,ateh entao, noite escura agora era felicidade, o amor foi conhecido. Mas, nessa mesma noite, ela teve a coragem de se aventurar. Ela deu as costas para a luz, pra o amado. Nem lembra mais por que fez isso... Acontece que agora ela sequer pode voltar para a tal velha hospedaria. Nao ha mais luz. Ela esta perdida. Perdida no escuro. Impotente. Ela sofre, ela enloquece, pois ela sabe, ela conhece, ela viu, ela provou do amor.

    Eh dificil explicar... Pois eu sei o que eu vivi por anos, o que eu conheci eh inquestionavel, pelo menso pra mim. E cada dia que passa, eh um passo pra mais longe de onde eu sei que eu deveria estar. Eu rezo. Eu peco coragem , coragem de poder viver sem meu amado. Nao eh estranho? As vezes eu peco que ele me sequestre disso todo, mas nao vai nunca acontecer, pois ele nso fez livres. A ignorancia me seria tao util nessa situacao, mas tudo o que eu tenho sao conviccoes. Eu sei que ele nao se cansa de me amar. Parece com alguem que eu conheco. Eu nao sei que estranho poder eh esse de escolher nao amar. De tentar nao amar. A minha vida nao anda nada bem... Eh muito previsivel onde eu vou chegar. Isso me assusta, eu sei que tenho parar. Eu to tentando, mas qnto mais eu fujo de mim mesmo, no caminho da fuga, eu acabo encontrado outros eus que eu nao conhecia. E assim o ciclo continua. Nao eh nada legal. Nao sao alfinetes, eh um cravo na carne. Eu acho que o meu eh na testa. Sendo assim, eu tenho que esconder meu rosto, minha identidade. Ha feridas ali.

    Tem muito de drama nele, ao contrario do que voce pensa.

    Quanto as farpas. Isso doi mais em mim do que em voce, as vezes eu as forco, as vezes eh pq sou fdp mesmo. Vou registrar mais uma vez: que gosto muito de voce. Muito. Voce que eh apaixonante. Nao entre em conflito com o seu jeito de amar... so por amar. Faca disso o que ha de melhor em voce. Pois de fato eh. Presunto realmente eh muito ruim. Ja basta todo esse frio, a gente nao tem que passar fome. Por isso,a falicidade com uma boa comida. Eu realmente nao descanso na montanha, pois eu faco todas as minhas tarefas, vou para todos os mini cursos e para os evening program. Eu sou muito bisado nessa escola. Ja tenho varios x na minha especializacao.

    Eh viciante conversar por aki.

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  2. entenda que pra mim você não precisa se esconder. há muito de incondicionalidade nesse meu ser. pra mim você poderia ser de qualquer cor, que ainda sim seria o mesmo. estou com você, pra você.

    e seu comentário... é algo que precisarei ler repetidas vezes até tornar minhas as suas palavras. eu me arrepiei.

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70 anos e sonhando...

 sonhos, os seus, não envelhecem. não porque sejam eternos - mas porque são renováveis, e mudam de cor.  sonhando desde sempre, você não foi...