terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
pela janela de um quarto
Passa pelos meus poros uma ventania que deixa minha bagunça desorganizada. Faz com que aquela cama mal arrumada permaneça sempre assim. As coisas jogadas no chão encontram inevitavelmente seu lugar, ali, espalhadas no chão. A calça beija o cabide, o creme dental se esparrama na escova de dente, a comida abraça o centro, e eu bem ao lado observo a cena desses objetos cheios de vida. As janelas estão nuas hoje. Além delas vejo pontinhos brancos caindo sem direção certa, mas com a certeza de que vão chegar. De repente eles se cansam de cair e criam revoltas no ar, uma poeira-branca-degradê. Deveria ser proibido usar qualquer tipo de coisa que nos fizesse perder a paisagem. Que seja uma folha de outono caindo sob tantas outras, você precisa ver isto! Agora estou dentro de outro quarto, não o meu, mas com coisas minhas. Há paredes com cor de marfim e uma pintura de uma casa colorida pendurada em uma delas. Gosto desses detalhes que compõe um todo. Como o pontinho branco que não para de cair lá fora. A cadeira se mantém imóvel, cumprindo seu papel de ser inanimado. Não me atrai a sua forma quadrada de ser. Já a cama me seduz pelo cheiro de chocolate quente num dia frio. Hoje é um dia de muita cama, o que inclui o corpo em êxtase com o som alto colado nos ouvidos, a vida passando feito filme na tela de cinema, o delírio de ter sangue correndo pelas veias. Delícia!
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