domingo, 29 de novembro de 2009

e você ainda fica sem graça

ontem quis ser vontade sua em forma de sabor. sem um porquê, sem uma frase de impacto, sem qualquer abre aspas e fecha aspas. foi apenas um querer. fiz isso como quem coloca pedacinhos de oceano dentro de si e começa a navegar mesmo remando em terreno sólido. encontrei a parte do mundo que você comprou e era bem na frente do espaço que eu ocupei por longos sete anos. no começo achei tão improvável que fui até o fim da rua pra ter certeza de que o seu quarto não dava de frente pro meu. ao invés de sentir raiva achei bonito ele ter me mandado você. ele sempre soube de você. via-o pela pequena janela lateral do quarto dele e pensava: um dia ela vai ser dele. mal sabia ele que pensamento é realidade. assim que vi o seu número corri pra deixar a sua espera uma cestinha com coisinhas de lembrar. sensação boa essa de não pedir conselhos. podar-se é tão desnecessário. pode ter certeza de que dentro daquela sacola de supermercado tinha muito mais de mim do que nas outras tantas bolsas que você já possa ter visto.

2 comentários:

  1. Prima querida! Primeira vez que comento por aqui, adorei este post, é impressionante como você consegue transformar os sentimentos em palavras! Te adoro, cada dia mais! Beijos

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  2. prima, volte sempre! acabei de deixar a porta encostada, que é pra você entender que é sempre bem vinda por aqui...

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eu até olho, mas não vejo nada

 ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...