quarta-feira, 14 de julho de 2010

"a dúvida é o preço da pureza"

- eu sinto que a nossa história cria raízes em nossos amanhãs. não tem como desvincular passado do futuro. é mentira quem diz que o passado fica lá atrás. ele vem com a gente. mas também acho que dá pra gente ir remodelando as coisas outra vez. ainda que certas feridas nao cicatrizem nunca.
- você pode mudar o que te cabe mudar e ponto. você vai ter algumas decepções com o mundo.
- isso não é futuro. ja é passado, presente... tenho várias. diárias. mas sei que tenho tintas nas mãos pra pintar outras imagens.
- é... com o tempo você vai ganhar umas latas a mais de tintas pretas e brancas
- você acha que sou iludida?
- não. não. aliás, acho que todos somos.
- quem me dera ser iludida...
- outra ilusão.
- se eu fosse não teria os milhões de conflitos que tenho.
- você tem conflitos a medida que vai se desiludindo.
- eu tenho conflitos por não conseguir me iludir mais. antes eu até conseguia. hoje vejo as coisas e sinto uma vontade enorme de ser ignorante, de nunca ter tido acesso as coisas que tive. dá vontade de não saber simplesmente e não ter a certeza de que as coisas só tendem a piorar. e o pior... as coisas estão do meu lado, na minha casa, em mim mesma. fazemos parte desse todo que a gente não quer fazer. dá vontade de comprar meu barco logo e remar até nunca mais. chegar naquela lagoa onde vivem pessoas que só conhecem as suas margens e viver pra sempre falando do quanto o sol está forte hoje e do quanto pode ser mais forte amanhã. dá vontade de ter uma casinha bem pequena, pra caber eu e o meu amor lá dentro. porque eu pelo menos quero ter alguém pra chamar de amor e viver essa história. desse tamanho. grandeeeeeeeeeeeeeeee. plantar flores amarelas em volta da casa e viver a espera de um desabrochar. plantar, colher... amar. só isso.

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