domingo, 2 de janeiro de 2011

não vai dar tempo

era composta por urgências, por uma total impaciência pelo caminhar vagoroso da vida. o tempo era seu maior inimigo, desde o dia em que ela se disse independente, apesar de não se saber bem de quê. dependia de tantas coisas que a palavra não lhe abarcava, e não havia outra qualquer que o fizesse. incompreendia como não podia se resumir por alguns pares de letras, não compreendia, porque ela não esperava o tempo, passava os dias atropelando as noites, e as noites atropelando os dias. tinha pressa pelo instante seguinte, que já seria insuficiente pra tudo o que ela planejara caber dentro dele. os passos rápidos simulavam uma corrida constante sem delimitar o ponto de chegada. espera aí, corria pra quê? um dia ela se questionou. pena que no segundo seguinte tinha outras tantas pendências inventadas que não houve tempo suficiente pra respondê-la. e então corria, por uma simples falta de tempo pra perceber que relógios, calendários, agendas não passavam de pura simulação de um tempo que não era bem o dela...

2 comentários:

  1. Déeee!! São pessoas lindas como vc que tornam os meus dias mais coloridos! bjaooo saudades de vc!!

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  2. Thi, que bom é pintar você cá dentro de mim...

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eu até olho, mas não vejo nada

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