quinta-feira, 11 de setembro de 2008

menina de chapéu

Clarice não aguentou ficar muito tempo dentro da caixa. Ela viu o dia e se arrumou pro amarelo do Sol. Saiu pra caminhar e enxergar, seguindo os conselhos de um poeta. De chapéu. Este detalhe é muito importante. O chapéu escondia o rosto e só deixava Clarice ver o que estava a sua frente. Já na primeira rua chegou o vento querendo desfazer a toca que a menina havia criado. Pra mantê-la ela colocou a mão em um lado da cabeça e seguiu segurando o chapéu. Mas ventava demais... Então ela tirou a máscara pra ouvir o que o vento queria dizer. Ah... que delícia. Era sobre a nuca e os espaços entre os fios. O vento queria acariciar... Clarice até parou pra sentir. Ficou ali no meio da rua sorrindo sozinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

70 anos e sonhando...

 sonhos, os seus, não envelhecem. não porque sejam eternos - mas porque são renováveis, e mudam de cor.  sonhando desde sempre, você não foi...