Se Maria correr demais correrá o risco de nunca ser alcançada. Já posso ver os pés atropelando o corpo com essa mania dela se deixar consumir pela curiosidade sem destino. Ela é cheia de porquês. Parece menina pequena que consegue enxergar tudo como se fosse a primeira vez. Dúvidas não a deixam em paz. Atormentam 24 horas por dia, 365 dias por ano. Ela não aprendeu a lidar com números então tem muita dificuldade em ser exata. A partir de pétalas amarelas jogadas ao chão do passeio ela inventa os mais diversos jardins. Fica encantada quando percebe que uma única pétala mudou de cor. Ou seja, vive a se encantar por aí... Outro dia ela foi tomar café-da-manhã na lanchonete. Estava no caixa quando entrou um senhor. Já com seus 60 e tantos anos a porta ficou pesada pra ele abrir. Ele começou a empurrar o vidro com todo o corpo e a porta começou a se mover. Maria não agüentou e correu pra ajudá-lo. Abriu a porta e deixou o senhor passar. Ele não agradeceu e fez cara de homem forte. Provavelmente sentiu-se inconfortável com a situação... lembrando de quando ele carregava até uma geladeira sozinho. Na velhice retoma-se a infância com mais maturidade e cabelos brancos. É uma volta longa que se dá e deve ser muito difícil aceitar o cansaço do corpo e da mente. Pra Maria isso tudo é muita beleza acumulada. Ela só sabe se lambuzar...
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
pétalas amarelas
Se Maria correr demais correrá o risco de nunca ser alcançada. Já posso ver os pés atropelando o corpo com essa mania dela se deixar consumir pela curiosidade sem destino. Ela é cheia de porquês. Parece menina pequena que consegue enxergar tudo como se fosse a primeira vez. Dúvidas não a deixam em paz. Atormentam 24 horas por dia, 365 dias por ano. Ela não aprendeu a lidar com números então tem muita dificuldade em ser exata. A partir de pétalas amarelas jogadas ao chão do passeio ela inventa os mais diversos jardins. Fica encantada quando percebe que uma única pétala mudou de cor. Ou seja, vive a se encantar por aí... Outro dia ela foi tomar café-da-manhã na lanchonete. Estava no caixa quando entrou um senhor. Já com seus 60 e tantos anos a porta ficou pesada pra ele abrir. Ele começou a empurrar o vidro com todo o corpo e a porta começou a se mover. Maria não agüentou e correu pra ajudá-lo. Abriu a porta e deixou o senhor passar. Ele não agradeceu e fez cara de homem forte. Provavelmente sentiu-se inconfortável com a situação... lembrando de quando ele carregava até uma geladeira sozinho. Na velhice retoma-se a infância com mais maturidade e cabelos brancos. É uma volta longa que se dá e deve ser muito difícil aceitar o cansaço do corpo e da mente. Pra Maria isso tudo é muita beleza acumulada. Ela só sabe se lambuzar...
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