sábado, 22 de novembro de 2008

muros invisíveis

Existem certos limites em relação a não-intervenção porque certo hábito é cultural. Hoje assisti ao documentário Amandla que fala sobre o poder da música na luta dos negros durante o Apartheid, na África do Sul. Pra mim uma cena rouba todas as outras no documentário. É quando uma senhora diz que eram os negros que cuidavam dos filhos dos brancos e assim acabavam criando laços com as crianças, pintando quase um tom cinza, intermediário. Mas quando esses meninos começavam a dar seus passos as cores voltavam a se dividir e o preto e branco tornavam-se radicalmente distantes. Posso assistir um filme por dia sobre a questão racial que sempre vai me chocar a cor diferenciando seres humanos. E o que mais me incomoda é ver resquícios do Apartheid ainda vivos nos dias de hoje. Em Nova York os bairros onde a maioria dos negros vive são bem definidos. Minhas amigas foram passear em Manhattan e me contaram como um dia no metrô pode revelar o perfil das pessoas em NY. Nas paradas do Brooklin e Bronx já não havia muitos brancos. Ficaram pessoas simples e em sua maioria negras. Aproximando de Manhattan os negros desciam e entravam os brancos, desfilando roupas e dinheiro pelo corpo. Um amigo meu que mora em Manhatan há 5 anos me disse que nunca foi no Brooklin e no Bronx. Só me alivia saber que pela primeira vez um presidente negro estará no poder deste país. Faço questão de comprar uma camisa com a foto do Obama. Quero acreditar que ele pode começar a destruir esses muros invisíveis, pelo menos a olho nú.

E que fique claro: este não é um problema exclusivo de Nova York...

Um comentário:

  1. Olá, Débora. Não sei se conseguirei uma resposta sua pois essa publicação sua é de 2008.

    Eu estou procurando a legenda para esse documentário ou o documentário dublado para eu passar para uma amiga. Vc sabe onde eu conseguiria? Eu tenho o documentário mas minha amiga não fala Inglês.

    Se vc puder, por favor me indique onde achar? Já vasculhei a internet toda.

    Obrigada

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