quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
fios de cabelo
os dedos enrolados entre os fios compridos foi o suficiente pra ela se desmanchar. são muitos os dedos para poucas mãos, mas são poucos os movimentos, são poucas as trocas. sei que cada ser que vive se derrete com um carinho cheio de pele. com ela foi assim também. fazia anos que ninguém misturava seus cabelos ao calor dos dedos. eu percebi isso quando passei minha mão pela primeira vez naqueles fios. bastou um dedo pra todo o corpo dela se abrir em suspiros. fiz caminhos sem volta naquele cabelo. ela não me deixaria naquela noite. eu tinha certeza. ela queria recuperar todos esses anos em horas. esses anos de encontros de bebidas, gargalhadas, conversas, sem cabelos. ela trocou a música pelo carinho. se fechou ali naquela sensação gostosa de se arrepiar com uma pele descobrindo a outra. ela foi um exemplo entre tantos outros que observo todos os dias. penso que os abraços devem ter se perdido na floresta daqui. não vejo gente se tocando. mas toda vez que toco essa gente vejo-as parando pra respirar, como se naquele momento o relógio parasse de funcionar. então elas jogam ao vento as armas e se convertem em uma carência insaciável. tudo por um carinho cheio de dedos. humano!
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o inverno traz em si a vontade de ser verão, quando a gente se esconde debaixo do cobertor em plena madrugada embrigada de lua cheia.
foi assim com a celia tambem?
ResponderExcluirem boston...???
já que insiste em citar nomes, é dela mesmo que falo.
ResponderExcluirQual a necessidade de um nome?
ResponderExcluirTolices, tolices...
falsa sensação de controle. nomes. nomes.
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