dia após dia ela envelhecia. sentia que o sol se transformava em lua quando se olhava no espelho. já não se reconhecia em algumas fotos e os olhos entregavam tudo. é nos olhos que fica a maior marca. era com os olhos que ela ria e chorava. os olhos eram feitos palavras ditas pela pele. dentro dos olhos dela podia-se enxergar vários instantes. dali refeltiam-se várias faces de uma mesma vida. e sabendo disso ela não media os gritos.
olhava fixadamente para ele, escandalizando as letras que seus olhares traduziam. percebendo as declarações ao pé das retinas ele desviava o olhar, respirando um pouco a cada falta de direção. é que ela tinha um foco sem curvas. ela quando olhava parecia que entrava no outro colocando os dedos lá dentro e causando reações adversas. ela era um tanto quanto intrusa. mexia até onde não era chamada. ela gostava era disso, de causar explosões.
quinta-feira, 4 de março de 2010
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