quinta-feira, 11 de março de 2010
por causa do amanhã
era fundamental que respirasse, que não colocasse mais do que um pé a frente do outro. no dia seguinte ele se olhou e encontrou linhas que marcavam os dias de ontem. tinha rugas, mas não se reconhecia nelas. abriu a janela e achou estranha a paisagem que acompanhava a própria rotina. talvez ele nunca tivesse olhado pela janela, talvez ele nunca tivesse atravessado nenhuma janela. foi então que começou a olhar em volta, as coisas duras e as coisas do vento. começou a observar a ordem dos objetos, aqueles mais expostos e aqueles já esquecidos no fundo dos armários intocáveis. pensou que deveria se desfazer daquilo que já não lembrava, daquilo que já não precisava. mas recuou, com receio do amanhã, do vazio que o amanhã poderia trazer fazendo-o buscar lá atrás formas de viver lá na frente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
desejo, logo realizo.
mas pra isso é preciso desejar sincero e profundo, ao ponto da rua ser toda sem saída, sendo o ponto de chegada o mesmo ponto de partida. ca...
-
foi injusto, apesar de bonito, você ter me deixado o seu cheiro embrulhado. quando abri o presente senti o seu perfume em torno da minha mol...
-
cobriu-se de petátas de girassol pra me receber em um dia azul cor de céu. pausou o tempo que não parava de correr nas fotos que seus olhos ...
-
o inverno traz em si a vontade de ser verão, quando a gente se esconde debaixo do cobertor em plena madrugada embrigada de lua cheia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário