segunda-feira, 9 de agosto de 2010
ditadura do espelho
tinha receio de que um dia ao se olhar presa em um segundo de uma fotografia já não se reconhecesse debaixo de tantos bisturis e maquiagens. era o inverso daquilo que se podia ser. o mundo cobrava contornos muito exatos, de uma conta que ela não sabia fazer. se nascia cabelos pelo corpo neste mundo já não podiam crescer. se a pele se cansava depois de tanto se expressar neste mundo era quase obrigada a se esticar. se o corpo transformava calor em cheiro neste mundo era urgente perfumar. queria ela mais esquinas como as das ruas de tempos atrás, cheias de mulheres vestidas de um sorriso e algo mais. bonito mesmo era ver uma ruga nascer bem no canto do olho que tantas vezes ela viu amanhecer. ah... como ela queria poder voltar a ver...
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eu até olho, mas não vejo nada
ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...
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mas pra isso é preciso desejar sincero e profundo, ao ponto da rua ser toda sem saída, sendo o ponto de chegada o mesmo ponto de partida. ca...
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ao olhar pra você, ainda que pondo meus olhos fixos em você, invariavelmente te perco. poderia supor que isso que evapora quando te olho é ...
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foi injusto, apesar de bonito, você ter me deixado o seu cheiro embrulhado. quando abri o presente senti o seu perfume em torno da minha mol...
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