segunda-feira, 16 de agosto de 2010

noite sem fim

desconhecia o tamanho de uma noite. por um tempo acreditara que o escuro acontecia entre o passar inevitável das horas. mentira! a noite atravessava a ausência da luz e ultrapassava o girar da Terra. naquele instante tudo parecia muito confuso ao ponto dela não entender como podia uma noite nunca parar de acontecer. era uma contradição a todo o empirismo das coisas provadas, mas se tinha uma verdade era que aquela noite não acabava... não havia Sol que a iluminasse. não estava compreendida entre o caminhar dos ponteiros. a fim de protegê-la, Clarice guardava a noite em lugares atemporais, daqueles que a qualquer tempo transbordavam madrugadas. era uma noite pra se viver pra sempre. não cabia na memória, naquele espaço das coisas que já se foram. metamorfoseava no instante presente de tal maneira a não restar formas de se questionar que todos os dias que raiavam eram continuações daquela noite que se perpetuava.

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