domingo, 21 de novembro de 2010

enchente nos olhos meus

a chuva silencia as outras vozes lá fora e faz a noite cantar com seus pingos encontrando a terra. esta música regada pelo vapor já condensado escorre pelos meus corredores e faz enchente nos olhos meus. a janela fica mais irresístivel que nos dias de sol e eu me estico entre os seus limites me tornando espectadora das águas que correm em mim. chove pelas montanhas do meu corpo, chove pelas curvas da minha pele, chove pelos caminhos dos meus poros. se chove lá fora, chove também dentro de mim.

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