quarta-feira, 6 de abril de 2011
da janela do quarto dele
era domingo, e aquela gente estava sentada na janela do quarto. a janela era daquelas bem grandes, por onde passavam histórias inteiras da pequena cidade. era contornada de um azul cor de céu em dias de sol, e a medida que o azul ia contornando a janela partes dela se descascavam mostrando que o tempo passeava por ali. da janela se dava bom dia, boa tarde, boa noite, dali as horas não corriam entre os limites dos ponteiros. a janela era conhecida pela vizinhança e quando ela deixava abrir a menor fresta que fosse logo as pessoas sabiam do amanhecer da gente que lá morava. inclusive, havia dias que a janela acordava feliz, com flores desabrochando em suas esquinas. em outros dias a janela contava segredos dos amores que por ali se encontravam. a janela despertava a curiosidade, não tinha se quer um par de olhos que resistisse a uma espiada. e era aquele pedaço de corte na parede que ditava o movimento da casa, era a janela que falava do ir e vir daquela gente, e quando ficava aberta, como naquele domingo, podia saber que era convite pra um café e pra muita prosa.
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Na vida, permito-me deixar as portas e janelas sempre abertas. Elas não apenas recebem tudo que adentra, mas conta historias sobre estes.
ResponderExcluirKeila, assim as chaves, cadeados, grades perdem o sentido, aliás, assim a liberdade e a vida ampliam os seus sentidos.
ResponderExcluirEu tenho mania de ver em janelas uma porta aberta para um mundo de coisas, histórias.
ResponderExcluirAdorei seu post e gostei muito do blog.
Jéssica, então temos a mesma mania de encontrarmos janelas em tudo quanto é canto de mundo... E aproveito para agradecê-la por debruçar parte do seu tempo na janela do meu mundo...
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