Não dava pra ver o rosto todo. Apesar da nuca vísivel o cabelo ainda fazia-se moldura. Quis passar meus dedos entre os fios e jogá-los numa tempestade, pra embolar tudo. Mas você se escondeu atrás do copo, com pontos coloridos no cabelo mascarando a mulher que berrava por dentro. E o vento ali fazendo seu vestido dançar, feito bailarina. A declaração afoita, com palavras saindo antes de apertar o gatilho, e você sem saber lidar com o que falava e sentia. Você escreveu mensagens que me alcançaram naquela terra distante de onde não sei se vim… e quando parei pra olhar você já estava afogada.
E assim eu guardei seu cheiro dentro da mala, numa despedida de sentidos.
terça-feira, 10 de junho de 2008
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